Entenda a Aplicação da Coesão Textual Sequencial com Conjunções e com Advérbios para a Prova do SMV-RM2

Tópicos Abordados no Artigo:

Tipos de Sequência
Tipos de Sequência Textual
Coesão Textual Sequencial
Coesão Textual Sequencial por Advérbios
Coesão Textual Sequencial por Conjunções
Coesão Sequencial Nas questões de Múltipla Escolha SMV
Conclusão

A clareza e a organização das ideias são aspectos essenciais em um bom texto.Um dos principais mecanismos responsáveis por essa organização é a coesão textual sequencial, que garante a fluidez e a lógica entre as frases e parágrafos. Em toda a leitura da prova da Marinha, o olhar do candidato deve permanecer crítico e analítico, para reconhecer esta coesão, pois ela aparece nos textos que devem ser interpretados, nos enunciados e em cada alternativa. Portanto, sem compreendê-la, não é possível se sair bem em uma prova majoritariamente sobre interpretação textual. O domínio desse conceito permite ao candidato identificar corretamente as relações entre ideias. 

Neste artigo, você será guiado passo a passo para aprender o que é a coesão textual sequencial, os elementos relacionados a ela, os diferentes tipos de sequências textuais e a importância do uso adequado de conectores, como conjunções e advérbios, para garantir um texto coeso e bem estruturado.

Tipos de Sequência

Sequência é a disposição ordenada de elementos, eventos ou ideias, seguindo uma lógica específica. O conceito pode ser aplicado em diferentes contextos, como linguagem, matemática, narrativa e até no dia a dia.

  • Sequência Temporal
    • Relacionada à ordem dos acontecimentos no tempo.
    • Exemplo: Acordei, tomei café e fui trabalhar.
  • Sequência Cronológica
    • Organização de eventos de acordo com sua ocorrência no tempo, podendo incluir datas ou períodos históricos.
    • Exemplo: “Descobrimento do Brasil (1500) → Independência do Brasil (1822) → Proclamação da República (1889).”
  • Sequência Numérica
    • Uma ordem específica de números, muitas vezes seguindo uma regra matemática. 
    • Exemplo: 2, 4, 6, 8, … (sequência de números pares)
  • Sequência Narrativa
    • A organização dos fatos dentro de uma história.
    • Exemplo: Introdução → Desenvolvimento → Conclusão.
  • Sequência Lógica
    • Elementos organizados de maneira coerente, respeitando uma relação de causa e consequência.
    • Exemplo: Se chover, levarei um guarda-chuva.
  • Sequência Causal
    • Apresenta uma relação de causa e efeito entre os eventos.
    • Exemplo: “Ele esqueceu o guarda-chuva, então chegou em casa encharcado.”
  • Sequência Alfabetizada
    • Elementos organizados em ordem alfabética.
    • Exemplo: “Ana, Bruno, Carla, Daniel, Eduardo…”
  • Sequência Hierárquica
    • Estruturação de elementos de acordo com níveis de importância ou autoridade.
    • Exemplo: “Presidente → Diretores → Gerentes → Funcionários.”
  • Sequência Didática
    • Organização de conteúdos ou informações de forma progressiva, visando facilitar o aprendizado.
    • Exemplo: “Aprender vogais → Aprender consoantes → Formar sílabas → Construir palavras.”
  • Sequência Progressiva
    • Elementos organizados de forma crescente ou evolutiva.
    • Exemplo: “Caminhar → Trotar → Correr → Esforço final.”
  • Sequência Regressiva
    • Elementos organizados de forma decrescente.
    • Exemplo:“Contagem regressiva para o lançamento: 5, 4, 3, 2, 1… Decolar!”
  • Sequência Espacial
    • Organização baseada na localização ou posição dos elementos.
    • Exemplo: “Na prateleira superior ficam os livros de literatura, na do meio os de história e na inferior os de matemática.”

Esses diferentes tipos de sequência são usados em diversos contextos para organizar informações de maneira lógica e facilitar a compreensão.

Principais Tipos de Sequência Textual

No contexto da coesão textual, a sequência garante que as ideias fluam de maneira lógica, tornando o texto claro e compreensível.

  • Sequência Narrativa :
    • Organiza os fatos em ordem cronológica, geralmente com personagens, enredo e um clímax.
    • Exemplo: Contos, fábulas, romances, crônicas.
    • Estrutura: Situação inicial → Conflito → Clímax → Desfecho.
  • Sequência Descritiva
    • Apresenta características detalhadas de pessoas, lugares ou objetos.
    • Exemplo: Retratos, descrições de cenários, fichas técnicas.
    • Uso comum: Adjetivos, advérbios, metáforas.
  • Sequência Dissertativa (ou Argumentativa)
    • Expõe e defende ideias com base em argumentos.
    • Exemplo: Artigos de opinião, ensaios, textos acadêmicos.
    • Estrutura: Tese → Argumentos → Conclusão.
  • Sequência Injuntiva (ou Instrucional)
    • Dá instruções ou orientações sobre como agir ou fazer algo.
    • Exemplo: Receitas, manuais de instrução, regras de jogos.
    • Uso comum: Verbos no imperativo e linguagem objetiva.
  • Sequência Expositiva
    • Apresenta e explica informações de forma objetiva, sem argumentação.
    • Exemplo: Textos científicos, reportagens, verbetes de dicionário.
    • Uso comum: Definições, classificações, exemplos.

Em muitos textos, essas sequências aparecem combinadas. Por exemplo, um artigo de opinião pode ter sequências expositivas e argumentativas, enquanto uma narrativa pode incluir descrições.


Coesão Textual Sequencial

Esse tipo de coesão emprega conectivos e conjunções para indicar relações lógicas entre ideias, como causa, consequência, oposição, ou sequência temporal. Ele organiza o texto e orienta o leitor na compreensão do encadeamento das informações. Relaciona-se ao uso de elementos que organizam a sequência lógica ou temporal do texto:

  • Conjunções: Estabelecem relações de causa, consequência, adição, oposição, etc.

Exemplo: “João estudou muito, portanto, passou no concurso.” (coesão sequencial por conjunção.)

A conjunção “portanto” estabelece uma relação de causa e consequência entre as ideias, conectando as duas ideias de forma lógica. É uma conjunção coordenativa conclusiva. Embora alguns termos que indicam relações lógicas possam ser advérbios, no caso de “portanto”, ele é classificado gramaticalmente como uma conjunção.

  • Advérbios: Indicam circunstâncias como tempo, lugar, modo ou intensidade.

Exemplo: “Ele saiu cedo e, depois, voltou para casa.” (coesão sequencial por Advérbios.)

O advérbio “depois” estabelece uma relação de sequência temporal entre as ações “sair cedo” e “voltar para casa”. Esse uso do advérbio cria uma conexão clara entre as ideias, indicando que uma ação aconteceu posteriormente à outra. Aqui, “depois” desempenha o papel de marcador sequencial, guiando o leitor na ordem dos acontecimentos. É o elemento responsável por ligar as ações de forma coesa, mantendo a clareza da narrativa. A coesão sequencial por advérbios ocorre quando o texto utiliza advérbios para estabelecer a relação lógica ou temporal entre as partes, orientando o leitor na progressão das ideias. Esses advérbios ajudam a conectar os eventos ou informações, organizando-os em uma sequência compreensível.

Coesão Textual Sequencial por Advérbios

Advérbios como “depois”, “antes”, “assim”, “ainda”, entre outros, são fundamentais para organizar as informações no texto. Eles ajudam a esclarecer o encadeamento lógico ou temporal dos eventos e a garantir a fluidez da leitura, evitando interpretações confusas. Abaixo podemos ver os tipos de Advérbios e quais circunstâncias elas Indicam:

  • Advérbios de Tempo: Indicam quando uma ação ocorre, quanto tempo dura ou com que frequência acontece.(Hoje, Ontem, Amanhã, Agora, Sempre, Nunca, Logo, Em breve) Exemplo: “Eu preciso disso agora.”; 
  • Advérbios de Lugar: Indicam onde a ação ocorre: (Aqui, lá, ali, em cima, abaixo) Exemplo: “O livro está em cima da estante.”; “O mapa está abaixo do quadro.”
  • Advérbios de Modo: Indicam como a ação é realizada: (rapidamente, bem, mal, devagar, facilmente, cuidadosamente) Exemplo: “Ela pintou o quadro cuidadosamente.”
  • Advérbios de Intensidade: Indicam o grau ou a intensidade de uma ação ou qualidade: (Muito, Pouco, Bastante, Bastante, Tão, Quase). Exemplos:”Ele gosta demais de viajar.”, “Eu quase cheguei a tempo.”
  • Advérbios de Afirmação: Indicam certeza ou confirmação sobre algo: (Sim, Certamente, Realmente, Com certeza.). Exemplo: “Ela sim respondeu à minha pergunta.”
  • Advérbios de Negação: Indicam a ausência ou negação de uma ação ou estado: (Não, jamais, nunca). Exemplo: “Ela jamais mentiu para mim.”
  • Advérbios de Dúvida: Indicam incerteza ou dúvida sobre uma ação ou situação: (talvez, possivelmente, provavelmente).  Exemplo: “Talvez eu vá ao evento amanhã.”
  • Advérbios de Frequência: Indicam com que frequência a ação ocorre: (sempre, normalmente, raramente, frequentemente). Exemplo: “Ela normalmente vai à academia depois do trabalho.”;
  • Advérbios de Quantidade: Indicam a quantidade ou número de vezes que algo ocorre: (tudo, nada, muito).  Exemplos: “Ele sabe tudo sobre o assunto.”; “Ela nada falou sobre o problema.”;
  • Advérbios de Inclusão ou Exceção: Indicam inclusão ou exceção em relação a algo: (também, nem, inclusive). Exemplos: “Nem ele sabe a resposta.”; “Ele trouxe o presente, inclusive para todos os amigos.”

Esses advérbios são fundamentais para expressar detalhes importantes sobre as ações e ajudam a tornar a comunicação mais precisa e clara.

Coesão Textual Sequencial por Conjunções

A coesão sequencial por conjunções é um dos pilares para garantir a fluidez e a organização lógica de um texto. As conjunções funcionam como conectores que estabelecem relações entre orações ou partes do texto, orientando o leitor na compreensão do encadeamento das ideias. Aqui está uma lista de conjunções e as relações que elas estabelecem:

  • Conjunções de Causa: Estabelecem uma relação de causa, explicando o motivo ou a razão de algo: (porque, já que, visto que, pois, como). Exemplo: “Ela não foi à escola porque estava doente.”
  • Conjunções de Consequência: Estabelecem a consequência ou o efeito de algo: (portanto, logo, por isso, assim). Exemplo: “Ele estudou muito, portanto passou no concurso.”;
  • Conjunções de Adição: Estabelecem uma relação de adição, indicando que algo é somado à ideia anterior: (e, além disso, bem como, também). Exemplo: “Ele gosta de estudar e praticar esportes.”;
  • Conjunções de Oposição: Estabelecem uma relação de contraste ou oposição entre as ideias: (mas, porém, contudo, entretanto, apesar de). Exemplo: “Ele queria sair, mas estava chovendo.”;
  • Conjunções de Comparação: Estabelecem uma relação de comparação entre as ideias: (como, assim como). Exemplos: “Ela é tão inteligente como a irmã.”; “Assim como ele, todos os outros estavam animados.”
  • Conjunções de Alternância: Estabelecem uma relação de alternância, indicando que duas ou mais ações podem ocorrer de maneira alternativa: (ou, ou… ou, quer… quer). Exemplos: “Você vai ao cinema ou vai à festa?”;”Quer você goste, quer não, o projeto vai continuar.”
  • Conjunções de Conformidade: Estabelecem uma relação de conformidade, ou seja, algo ocorre de acordo com uma condição ou situação previamente estabelecida: (como, conforme). Exemplos: “Farei como combinado.”; “Conforme solicitado, entreguei o relatório ontem.”
  • Conjunções Condicionais: Estabelecem uma relação de condição, ou seja, uma ação depende de outra: (se, caso, desde que, a menos que). Exemplos: “Se chover, vamos cancelar o evento.”; “Caso precise de ajuda, me avise.”; 
  • Conjunções Explicativas: Estabelecem uma relação de explicação, ou seja, a segunda oração esclarece ou justifica a primeira: (porque, pois, que). Exemplos: “Ele saiu, porque estava atrasado.”; “Ela chorou, que estava muito triste.”

Essas são algumas das conjunções mais comuns e as relações que elas estabelecem. Elas são essenciais para garantir a coesão e a clareza em um texto, são responsáveis por interligar ideias de maneira coerente e contínua.

Coesão Sequencial Nas questões de Múltipla Escolha SMV

Em questões de múltipla escolha, analise se o conector proposto nas alternativas é apropriado para a relação entre as frases ou parágrafos. Se o conector de uma alternativa não fizer sentido em relação à ideia anterior, descarte-a. Esses conectores indicam relações entre as frases, como causa, consequência, oposição, adição, entre outros.

  • Causa e consequência: Procure por conectores como “portanto”, “porque”, “logo”, “por isso” que indicam relações de causa e efeito. Exemplo: “Estudamos muito para a prova, portanto, conseguimos aprovação.”
  • Oposição: Observe palavras como “mas”, “porém”, “contudo”, que introduzem uma ideia oposta à anterior. Exemplo: “Ela queria estudar, mas estava muito cansada.”
  • Adição: Conectores como “além disso”, “também”, “bem como” são usados para adicionar informações. Exemplo: “Ele gosta de estudar, além disso, pratica esportes.”

Por que é importante?

  1. Organização Lógica: As conjunções ajudam a construir a sequência lógica das informações, indicando relações como causa, consequência, adição, oposição, comparação, entre outras. Isso permite que o texto faça sentido e mantenha a coesão entre suas partes. Exemplo: “Ele estudou muito, portanto, foi aprovado no concurso.” A conjunção “portanto” deixa claro que a aprovação foi consequência do estudo.
  2. Clareza e Compreensão: Um texto sem conectores pode parecer confuso ou desconexo. As conjunções atuam como “sinais de trânsito”, guiando o leitor pelas ideias do autor e evitando mal-entendidos. Exemplo: “Ela queria viajar, mas não tinha dinheiro.” A conjunção “mas” indica uma relação de oposição entre as ideias.
  3. Versatilidade no Texto: O uso correto de conjunções enriquece o texto, permitindo que o autor explore diferentes formas de conectar as ideias, tornando a leitura mais envolvente e dinâmica. Exemplo: “Ele não só passou no concurso, como também foi o primeiro colocado.” Aqui, “não só… como também” cria uma ideia de ênfase e adição.

Conclusão

A coesão textual sequencial desempenha um papel fundamental na construção de textos claros, organizados e compreensíveis. Seja por meio de conjunções ou advérbios, a conexão lógica entre ideias garante que o leitor acompanhe o desenvolvimento do raciocínio sem dificuldades. No contexto das provas de múltipla escolha do concurso da Marinha, dominar esse aspecto da coesão é essencial para interpretar corretamente as questões e escolher a alternativa mais adequada.

Compreender como os conectores funcionam e praticar sua aplicação na leitura e na escrita pode ser um diferencial decisivo para um bom desempenho na prova SMV. Além de facilitar a interpretação de textos, a coesão sequencial aprimora a comunicação escrita, tornando os argumentos mais persuasivos e as explicações mais didáticas. Assim, investir no estudo desse tema é um passo estratégico para quem deseja alcançar a aprovação.

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