Processo Fonológico de ELISÃO: Como Identificar e Aplicar no Concurso Militar da Marinha SMV-OF

Tópicos Abordados no Artigo:

Elisão
Elisão em Questões do Concurso SMV-OF
Exemplos Práticos de Elisão em Textos
Simulado no Modelo da Marinha – SMV-OF
Gabarito
Conclusão

A língua portuguesa, rica em sonoridades e variações, possui diversos processos fonológicos que tornam a comunicação (fala e leitura) mais fluida e natural. Um desses fenômenos é a elisão, caracterizada pela supressão de um fonema em determinadas palavras ou expressões para facilitar a pronúncia. Esse mecanismo ocorre, principalmente, na fala cotidiana, onde a rapidez e a economia articulatória favorecem a omissão de sons em contextos específicos.

Neste artigo, exploraremos o conceito de elisão, sua aplicação na oralidade e na escrita, revelando como as palavras se conectam através de uma alteração em sua forma expressa em um texto, como esse processo pode aparecer no concurso SMV-OF e por fim exemplos práticos que evidenciam sua importância na estrutura da língua. Se você deseja aprimorar seu conhecimento sobre fonologia e entender como esse fenômeno afeta a forma como nos comunicamos, continue a leitura!


Elisão

A elisão é um fenômeno fonológico no qual uma vogal ou sílaba é suprimida dentro de uma sequência de palavras, com o objetivo de facilitar a fluidez da fala e da leitura. Esse processo ocorre, normalmente, quando uma vogal se encontra com outra vogal em sequência, e uma delas acaba sendo omitida para tornar a pronúncia mais rápida e natural. Em português, isso é muito comum na linguagem falada, especialmente no discurso rápido e na comunicação cotidiana, mas também pode aparecer na forma escrita, especialmente em expressões mais informais. Sendo um processo que compõe a fluidez da língua.

Exemplos básicos:

  • para a escola” → “pra escola”: Aqui, a vogal “a” de “para” é suprimida ao se encontrar com a vogal “a” de “a escola”, facilitando a fala.
  • na escola” → “na escola” (sem elisão): Neste caso, não ocorre a elisão, pois a vogal “a” de “na” é seguida por uma consoante, não havendo necessidade de omitir nenhum som.

A elisão pode ocorrer em textos formais principalmente nos seguintes casos:

  1. Contrações Formais Aceitas na Norma-Padrão – Ocorre na fusão de preposições com pronomes ou artigos, como dele (de + ele), deste (de + este), dessas (de + essas), nisto (em + isto), neste (em + este), daquele (de + aquele), disso (de + isso), nele (em + ele), àquele (a + aquele), àquelas (a + aquelas), do (de + o), no (em + o), às (a + as), pelo (por + o), pelas, (por + as).
  2. Em Expressões Latinas e Estrangeirismos Naturalizados – Exemplo: d’outro modo (de outro modo), embora seja mais comum em estilos arcaicos ou literários.
  3. Expressões Fixas e Consagradas pelo Uso – Exemplo: d’Os Lusíadas (de Os Lusíadas), especialmente em referências a obras literárias ou títulos.
  4. Na Redução de Preposições em Textos Jurídicos ou Acadêmicos – Exemplos: d’antes (de antes), pel’outro (pelo outro), geralmente em contextos mais solenes.
  5. Textos Literários e Poéticos – Para manter a métrica e o ritmo da escrita, como em d’amor (de amor) ou n’alma (na alma), sendo comum em poesia e literatura clássica.
  6. Discursos Retóricos e Oratórias Clássicas – Em pronunciamentos ou escritos formais que buscam um tom elevado e estilizado, como d’honra (de honra).

Embora a elisão ocorra em contextos formais, é menos comum na escrita técnica, acadêmica e jurídica moderna, onde a clareza costuma ser priorizada sobre a eufonia.

A elisão pode ocorrer em contextos informais ou coloquiais nas seguintes situações:

  1. Na Fala Espontânea e Rápida: Omissão de fonemas em palavras faladas rapidamente – Exemplo: *”Tá” (está), *”Cê” (você), *”Num” (não), *”Bora” (embora), *”Vamo” (vamos).
  2. Em Gírias e Expressões Populares: Uso de formas reduzidas no cotidiano – Exemplo: *”Tô de boa” (Estou de boa), *”Véi, na boa” (Velho, na boa), *”Ficô massa” (Ficou massa).
  3. Na Escrita Informal (Mensagens, Redes Sociais, Conversas Digitais): Elisão para simplificar a digitação – Exemplo: “Vamo simbora” (Vamos embora), “Cê vai?” (Você vai?), “Tô indo lá” (Estou indo lá).
  4. Na Música e na Poesia Popular: Para adequar ritmo e melodia – Exemplo: “Eu tô nem aí” (Eu não estou nem aí), “Cê sabe que é verdade” (Você sabe que é verdade)
  5. Em Regionalismos e Dialetos: Variações conforme a fala local – Exemplo: “Ocê” (Você – comum no interior do Brasil), “Cadê ocê?” (Cadê você?), “Vamo pra casa?” (Vamos para casa?).

A elisão, nesses casos, facilita a comunicação oral e reforça a naturalidade do discurso em contextos informais.


Elisão em Questões do Concurso SMV-OF

Esse fenômeno é comum tanto na fala quanto na escrita, quando você se depara com frases em que ocorre a elisão, pode ser necessário interpretar o significado da palavra ou expressão de acordo com a forma como ela é apresentada na linguagem cotidiana.

Exemplos de elisão em textos:

  • “Eu vou para a escola” → “Eu vou pra escola”: Nesse exemplo, a elisão ocorre quando a vogal “a” de “para” é suprimida, resultando na forma “pra”. Embora a forma escrita tenha “para”, na fala comum e em muitos textos informais, a elisão é presente.
  • “Aquela escola” → “Aquela escola” (sem elisão): Nesse caso, não ocorre a elisão porque “aquela” é uma palavra que não tem uma vogal próxima para ser suprimida. Isso ajuda a manter a clareza e a precisão na frase, sem afetar a fluidez.

No concurso SMV-RM2, você pode se deparar com uma questão que envolva a forma correta de uma frase, onde a elisão pode ser confundida com um erro de ortografia, especialmente quando se trata de textos mais formais. Em situações como essa, é importante saber identificar quando a elisão é apropriada e quando ela pode ser considerada um erro gramatical.

A elisão só é aceitável quando segue as normas da gramática padrão e não compromete a clareza ou a formalidade do texto, e pode ser considerada um erro gramatical nas seguintes situações:

  1. Quando Afeta a Clareza do Texto: Se a omissão de uma vogal dificulta a compreensão ou altera o significado da frase. – Exemplo: “Ele falou com outro aluno.” (correto); “Ele falou c’outro aluno.” (inadequado em texto formal)
  2. Quando Ocorre em Contextos Inadequados: Em textos acadêmicos, científicos, jurídicos ou administrativos, o uso excessivo de elisões pode comprometer a formalidade. – Exemplo: “D’outro modo, poderíamos agir assim.” (uso arcaico e inadequado em redações formais); “De outro modo, poderíamos agir assim.” (forma correta)
  3. Quando Envolve Palavras que Não Aceitam Elisão na Norma-Padrão: Algumas palavras não permitem elisão porque a fusão não é convencional na língua culta. – Exemplo: “D’alguma forma, resolvemos.” (errado); “De alguma forma, resolvemos.” (certo)
  4. Quando a Elisão Não Está Consagrada pelo Uso: Contrações não reconhecidas na norma-padrão podem ser consideradas erro. – Exemplo: “N’outros tempos, isso não acontecia.” (forma antiquada e não recomendada); “Em outros tempos, isso não acontecia.” (correto)

Exemplos Práticos de Elisão em Textos

Para ilustrar a aplicação da elisão, abaixo vamos analisar em contextos variados, algumas das diferentes maneiras em que pode aparecer, esclarecendo seu funcionamento, aplicação e identificação. Mostrando como a omissão de palavras, letras ou sons, afeta o ritmo e a fluidez da linguagem.

Exemplos de Elisão:

  1. de vogais em palavras: “Ela não viu o menino na escola.” → com elisão: “Ela não vi o menino na escola.” Elisão ocorre com a omissão da vogal “u” da palavra “viu”. A omissão da vogal usada em conversa cotidiana, torna a frase mais fluida.
  2. entre palavras: “Eu vou para a escola agora.” → com elisão: “Eu vou pra escola agora.” A vogal “a” da palavra “para”, substituída pela forma “pra”. (linguagem coloquial, comum no português falado)
  3. em frases coloquiais:Eu estou indo ao supermercado comprar leite.” → com elisão:indo ao supermercado comprar leite.” A elisão ocorre com a omissão do verbo “estou”, transformando a frase em uma forma mais coloquial e comum na comunicação digital.
  4. de pronomes pessoais oblíquos: “Ele me chamou para a reunião.” → com elisão: “Ele chamou para a reunião.” O pronome oblíquo “me” foi omitido. Embora seja importante para identificar quem recebeu a ação, em contextos informais ou quando o destinatário da ação é óbvio, ele pode ser deixado de fora sem causar confusão.
  5. de conjunções: “Ela vai ao mercado e vai também à farmácia.” → com elisão: “Ela vai ao mercado, vai também à farmácia.” Omissão da conjunção “e”. Em muitas situações, esse tipo de elisão é usado para evitar a repetição e tornar a frase mais concisa, sem perda de sentido.
  6. na linguagem formal e literária: “O homem que passa pela rua está com pressa.” → com elisão: “O homem que passa rua está com pressa.” Embora menos frequente, a elisão de preposições como “pela” é algo que pode aparecer em textos literários ou formais, com o objetivo de dar um tom mais poético ou estilisticamente denso à frase.
  7. de “de” em locuções prepositivas: “O problema de saúde pública é sério.” → com elisão: “O problema saúde pública é sério.” A omissão do “de” ocorre para simplificar a construção e dar mais agilidade à frase.
  8. com palavras com o mesmo significado: “Ela ficou sem palavras diante de tanta emoção.” → com elisão: “Ela ficou sem palavras diante tanta emoção.” Omissão o artigo “de”, mantém o sentido claro, usado em frases espontâneas ou coloquiais. A economia de palavras é uma característica da linguagem mais informal, buscando facilitar a fluidez.
  9. de preposição em locuções prepositivas: “Ela foi à escola para estudar.” → com elisão: “Ela foi à escola estudar.” A preposição “para” foi omitida aqui, o que é uma ocorrência comum quando a frase já está clara no seu sentido. Esse tipo de elisão é observado em textos mais concisos e diretos, muitas vezes usados em títulos ou em frases jornalísticas.

Simulado no Modelo da Marinha – SMV-OF

Questão 01) A elisão é um fenômeno fonético que ocorre quando há a supressão de um som vocálico na fala, promovendo maior fluidez na pronúncia. No entanto, algumas omissões típicas da fala coloquial não devem ser transferidas para a escrita formal. Assinale a alternativa em que a elisão compromete a formalidade do texto:

A) “D’Os Sertões é uma obra essencial para compreender a história do Brasil.”
B) “Ele chegou à escola no horário correto.”
C) “Cê sabe que isso não é permitido?”
D) “D’entre as opções, essa é a mais viável.”
E) “O professor explicou a matéria d’antes do intervalo.”

Questão 02) A elisão pode ocorrer com a omissão de artigos definidos, tornando a construção mais direta e objetiva. No entanto, essa supressão pode alterar o tom da frase e deve ser usada com cautela em contextos formais. Assinale a alternativa em que a elisão do artigo definido foi aplicada corretamente, mantendo a coerência da frase:

A) “O juiz analisou a sentença com atenção.” → “Juiz analisou sentença com atenção.”
B) “Ela comprou o carro dos seus sonhos.” → “Ela comprou carro dos seus sonhos.”
C) “Os alunos chegaram cedo para a prova.” → “Alunos chegaram cedo para prova.”
D) “A testemunha confirmou os fatos narrados.” → “Testemunha confirmou fatos narrados.”
E) “Ele pediu a resposta imediatamente.” → “Ele pediu resposta imediatamente.”

Questão 03) A elisão pode ocorrer com a omissão de conectivos, tornando o texto mais dinâmico e conciso. Esse tipo de elisão é frequentemente encontrado em textos narrativos e jornalísticos para dar agilidade à leitura. Assinale a alternativa em que a elisão do conectivo foi aplicada corretamente, mantendo a clareza da frase:

A) “O professor explicou a matéria, e os alunos fizeram anotações.” → “O professor explicou a matéria, alunos fizeram anotações.”
B) “O vento soprou forte, e a janela se fechou de repente.” → “O vento soprou forte, a janela se fechou de repente.”
C) “A equipe trabalhou duro, e conseguiu bons resultados.” → “A equipe trabalhou duro, conseguiu bons resultados.”
D) “João acordou cedo, e foi à academia.” → “João acordou cedo, foi à academia.”
E) “O sol apareceu no horizonte, e iluminou a paisagem.” → “O sol apareceu no horizonte, iluminou a paisagem.”

Gabarito

Questão 01) Alternativa C correta. Apresenta um caso de elisão coloquial indevida na escrita formal, onde “Cê” representa a omissão da vogal inicial de “Você”. Em um contexto formal, o correto seria escrever “Você sabe que isso não é permitido?”.

Questão 02) Alternativa E correta. Mantém a coerência e clareza da frase ao suprimir o artigo “a”, tornando a construção mais objetiva sem comprometer o significado. Em outras alternativas, a elisão pode prejudicar a compreensão ou tornar a frase excessivamente seca para a norma padrão.

Questão 03) Alternativa D correta. Mantém a coerência e a fluidez ao omitir o conectivo “e”. A frase continua clara e objetiva sem prejuízo para o entendimento. Em outras alternativas, a elisão pode comprometer a clareza ou tornar a construção estranha à norma-padrão.


Conclusão

A elisão é um fenômeno linguístico que desempenha um papel fundamental na fluidez da fala e da escrita, sendo amplamente utilizada tanto na norma padrão quanto na comunicação coloquial. No entanto, seu uso deve ser adequado ao contexto: enquanto na fala espontânea e na literatura pode conferir naturalidade e musicalidade, em textos formais exige moderação e obediência às regras gramaticais. Assim, compreender quando e como aplicá-la corretamente é essencial para garantir clareza, coesão e adequação ao registro exigido. No artigo demonstramos diversas formas de como a elisão está presente de forma sutil e constante em nossa comunicação, podendo ser tanto um fenômeno de omissão de sons quanto de palavras inteiras.

Hoje você treinou sua percepção e sua capacidade de identificar as omissões de forma eficiente, não se esqueça que o sucesso no concurso é construído com esforço contínuo, dedicação e foco. Parabéns por concluir mais esta parte nos seus estudos.

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